A sala de atendimento em enfermagem da UBS (Unidade Básica de Saúde) Palmeiras do Norte, em Araguaína, tem um significado muito especial para enfermeira Tamara Lima Arruda, de 31 anos. O local simboliza uma história de superação depois que uma falta de atenção em um acidente grave quase a deixou paraplégica. A entrevista com Tamara é a segunda da série promovida pela Prefeitura de Araguaína com o tema “No trânsito, escolha a vida”, do Maio Amarelo 2023.
Em 2019, Tamara e o ex-namorado seguiam para um passeio nas cachoeiras da região, mas a viagem foi interrompida já nos primeiros quilômetros. “Houve uma colisão, saímos da pista, caímos em uma ribanceira e o carro capotou várias vezes”.
Um erro com consequências
O capotamento se tornou ainda mais grave porque Tamara e o motorista estavam sem o cinto de segurança. “Eu sofri uma fratura de coluna na vértebra que causou uma lesão na medula. Na época, o diagnóstico que recebi foi de paraplegia, eu ia ficar paralisada da cintura para baixo, os médicos disseram que eu não ia andar mais”, conta Tamara.
A enfermeira precisou fazer uma cirurgia para colocar oito parafusos na coluna e, na melhor das hipóteses, segundo os médicos, conseguir pelo menos ficar sentada. Ao relembrar e contar essa parte da sua história, Tamara reconhece que falhou. “Eu fui negligente ao não usar o cinto e isso me trouxe consequências. Eu não posso culpar ninguém, a responsabilidade foi toda minha”.
O início da recuperação
Tamara diz que tinha duas opções depois da cirurgia: ou ficava paralisada para sempre ou fazia diferente, correndo atrás de uma solução. Foi quando ela começou a fazer fisioterapia para tentar retomar os movimentos. Logo em seguida veio o pilates, para melhorar a flexibilidade e diminuir as dores, e a academia para fortalecimento dos músculos.
“Eu não queria ficar refém do que me aconteceu. Eu ainda faço um acompanhamento no Hospital Sara Kubitschek, mantenho o pilates e os exercícios físicos. Eu sou considerada um bom prognóstico para o meu caso, porque era para eu ficar sentada em uma cadeira de rodas para sempre”, afirma a enfermeira.
Olhando sempre para frente
Na época do acidente, Tamara tinha 27 anos e já era formada em Enfermagem. Três meses após sua cirurgia na coluna, houve um concurso público na Prefeitura de Araguaína. “Já estava nos meus planos fazer o concurso, mas, com o acidente, fiquei muito na dúvida se eu conseguiria fazer a prova, porque era difícil me movimentar, sentia muitas dores e minha cabeça estava uma bagunça. Mesmo assim eu estudei da maneira que foi possível, fiz a prova e passei”.
Com muito apoio da família e amigos, Tamara precisou tomar outra importante decisão quando foi convocada para tomar posse do cargo. Por causa das consequências do acidente, ela poderia dar entrada na aposentadoria por invalidez. “Mas eu quis tentar exercer meu cargo e já estou aqui há um ano e dois meses. Eu sempre me senti útil e sabia que poderia atuar da melhor maneira”.
Lição para a vida
Tamara considera que tem uma vida comum, igual a de qualquer outra pessoa. Ela sabe que não consegue fazer algumas coisas com a mesma agilidade de antes, mas faz mesmo assim, mais devagar. “Minha mobilidade não voltou totalmente, ainda preciso do apoio de uma bengala para caminhar, subir escadas, mas eu consigo. Também consigo dirigir normalmente e meu carro não precisou ser adaptado para PCD”.
Desistir nunca existiu no vocabulário da enfermeira. Mas ela reconhece que tudo poderia ser diferente se tivesse tomado a simples decisão de colocar o cinto de segurança. Por isso, a lição foi mais que aprendida.
“Mesmo que muitos acidentes não sejam nossa responsabilidade, mas de terceiros, é preciso fazer a nossa parte. Hoje, quando entro no carro, a primeira coisa que faço é colocar o cinto. E chamo atenção de quem está do meu lado também. Antes eu não praticamente não usava e tive que passar por esse trauma para ter essa consciência”, compartilha Tamara. (Por Ricardo Sottero | Fotos: Marcos Filho Sandes / Secom Araguaína / Arquivo Pessoal)
Em 2019, Tamara e o ex-namorado seguiam para um passeio nas cachoeiras da região, mas a viagem foi interrompida já nos primeiros quilômetros. “Houve uma colisão, saímos da pista, caímos em uma ribanceira e o carro capotou várias vezes”.
Um erro com consequências
O capotamento se tornou ainda mais grave porque Tamara e o motorista estavam sem o cinto de segurança. “Eu sofri uma fratura de coluna na vértebra que causou uma lesão na medula. Na época, o diagnóstico que recebi foi de paraplegia, eu ia ficar paralisada da cintura para baixo, os médicos disseram que eu não ia andar mais”, conta Tamara.
A enfermeira precisou fazer uma cirurgia para colocar oito parafusos na coluna e, na melhor das hipóteses, segundo os médicos, conseguir pelo menos ficar sentada. Ao relembrar e contar essa parte da sua história, Tamara reconhece que falhou. “Eu fui negligente ao não usar o cinto e isso me trouxe consequências. Eu não posso culpar ninguém, a responsabilidade foi toda minha”.
O início da recuperação
Tamara diz que tinha duas opções depois da cirurgia: ou ficava paralisada para sempre ou fazia diferente, correndo atrás de uma solução. Foi quando ela começou a fazer fisioterapia para tentar retomar os movimentos. Logo em seguida veio o pilates, para melhorar a flexibilidade e diminuir as dores, e a academia para fortalecimento dos músculos.
“Eu não queria ficar refém do que me aconteceu. Eu ainda faço um acompanhamento no Hospital Sara Kubitschek, mantenho o pilates e os exercícios físicos. Eu sou considerada um bom prognóstico para o meu caso, porque era para eu ficar sentada em uma cadeira de rodas para sempre”, afirma a enfermeira.
Olhando sempre para frente
Na época do acidente, Tamara tinha 27 anos e já era formada em Enfermagem. Três meses após sua cirurgia na coluna, houve um concurso público na Prefeitura de Araguaína. “Já estava nos meus planos fazer o concurso, mas, com o acidente, fiquei muito na dúvida se eu conseguiria fazer a prova, porque era difícil me movimentar, sentia muitas dores e minha cabeça estava uma bagunça. Mesmo assim eu estudei da maneira que foi possível, fiz a prova e passei”.
Com muito apoio da família e amigos, Tamara precisou tomar outra importante decisão quando foi convocada para tomar posse do cargo. Por causa das consequências do acidente, ela poderia dar entrada na aposentadoria por invalidez. “Mas eu quis tentar exercer meu cargo e já estou aqui há um ano e dois meses. Eu sempre me senti útil e sabia que poderia atuar da melhor maneira”.
Lição para a vida
Tamara considera que tem uma vida comum, igual a de qualquer outra pessoa. Ela sabe que não consegue fazer algumas coisas com a mesma agilidade de antes, mas faz mesmo assim, mais devagar. “Minha mobilidade não voltou totalmente, ainda preciso do apoio de uma bengala para caminhar, subir escadas, mas eu consigo. Também consigo dirigir normalmente e meu carro não precisou ser adaptado para PCD”.
Desistir nunca existiu no vocabulário da enfermeira. Mas ela reconhece que tudo poderia ser diferente se tivesse tomado a simples decisão de colocar o cinto de segurança. Por isso, a lição foi mais que aprendida.
“Mesmo que muitos acidentes não sejam nossa responsabilidade, mas de terceiros, é preciso fazer a nossa parte. Hoje, quando entro no carro, a primeira coisa que faço é colocar o cinto. E chamo atenção de quem está do meu lado também. Antes eu não praticamente não usava e tive que passar por esse trauma para ter essa consciência”, compartilha Tamara. (Por Ricardo Sottero | Fotos: Marcos Filho Sandes / Secom Araguaína / Arquivo Pessoal)
Além das fisioterapias e academia, Tamara investiu no pilates para ganhar mais flexibilidade e diminuir as dores