Gildázio Nogueira da Silva resolveu seguir um sonho de infância, dando vida a casas e jardins da cidade com arte feita em pneus
Por: Fernanda de Alcantara
Crédito/Fotos: Marcos Filho/Ascom
Pedreiro, serralheiro e servente em linha de transmissão da torre, Gildázio Nogueira da Silva, morador do Setor Araguaína Sul, em Araguaína, já esteve em muitas profissões. Pensando em como aumentar sua renda e ter independência financeira, resolveu seguir um sonho de criança. Há dois anos, investe parte do seu dia em transformar pneus velhos em obras de arte e retira do lixo o seu sustento. Com a sua arte, ele ainda contribui para a preservação do meio ambiente e para a saúde pública, evitando possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti.
Utensílios de jardim, jarros de plantas, hortas, assentos e até lixeiras, são algumas das transformações que o artesão já realiza. “A imaginação vai fluindo e o cliente encomenda. Atualmente eu olho na internet também, lá tem tudo, né? Crio algo novo, copio modelos, alguns, como o carrinho, são trabalhosos, mas eu gosto”, confessa Gildázio.
História
Gildázio era um garoto de apenas 10 anos de idade quando teve seu primeiro contato com pneus de automóveis abandonados e inutilizados. Um senhor que morava perto de sua casa, à época, trabalhava com a reciclagem dos pneus, transformando-os em obras úteis e decorativas para jardins e casas.
Hoje, com 35 anos, Gildázio conta que observava curioso aquele senhor e seu trabalho e percebia que a cola não era um material resistente. “Percebia que a cola descolava muito rápido, dava uma certa insegurança pro objeto. É por isso que eu criei uma técnica nova e costuro com arame reciclado de fio de telefone, pois resiste por um tempão”, revela o artesão.
Meio ambiente e saúde
O pneu é um material que demora 600 anos para se decompor, dessa forma o trabalho de Gildázio com eles é também uma forma de preservar o meio ambiente e a saúde pública. Em tempos de preocupação com o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, Chikungunya e Zika Vírus, o que poderia ser foco do mosquito se transforma em arte.
Para confeccionar as obras, ele utiliza pneus recolhidos no Ecoponto Municipal, que fica no Distrito Agroindustrial da cidade (Daiara). “Eu me sinto orgulhoso do meu trabalho. Além de embelezar as casas e jardins, eu ainda sei da importância de se retirar esse material da Natureza e evitar possíveis focos de mosquito”, enfatizou o artesão.
Onde encontrar
Os produtos confeccionados por Gildázio ficam expostos na entrada do Supermercado Baratão, no Setor Araguaína Sul, na Avenida Guaíba. O artesão chama a atenção das pessoas e começa a ser reconhecido por sua clientela. Ele também expõe seu material na casa onde mora de aluguel, em frente ao supermercado, na mesma avenida, e confessa: “Os araguainenses investem e gostam de arte, é um trabalho rentável”.
O preço do menor utensílio, um vaso de plantas, é de R$ 25. O preço das outras artes depende do tamanho e do trabalho, variando entre R$ 40, R$ 50 e R$ 80. O carrinho de pneus, mais trabalhoso, fica por R$ 120. “Principalmente no começo do mês, vendo muito”, finalizou sorrindo.
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