Segundo estudo divulgado pelo Centro de Referência de Saúde do Trabalhador, em sete anos, o número de trabalhadores que morreram após acidentes de trabalho caiu de 31 para 11 em Araguaína
Por Thatiane Cunha
As mortes decorrentes de acidentes de trabalho em Araguaína reduziram de 31 em 2009 para 11 em 2016, apontou um estudo do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest). Na semana em que se comemora o Dia da Segurança e Saúde no Trabalho, 28 de abril, os números foram apresentados pela técnica em Saúde do Trabalho, Elianora de Carvalho, durante sessão da Câmara Municipal de Vereadores, na última quarta-feira, 25.
Na apresentação, a técnica destacou que a redução também se deve às melhorias nas ruas da cidade. “Percebemos que os acidentes de trajetos, quando o trabalhador está em deslocamento, deram uma queda. Um dos fatores a que associamos são as melhorias da situação das ruas, na sinalização e implantação de radares controladores de velocidade”, disse Elianora.
Entre os outros fatores de diminuição, segundo a técnica, estão as portarias e normas regulamentadoras que obrigam os empregadores a realizarem capacitações e o uso dos equipamentos de segurança. “O trabalho de capacitações e conscientizações nas empresas tem intensificado. Muitas vezes nem procuramos mais as empresas, elas vêm até nós”.
Estudo
Em sete anos, 1.299 trabalhadores se acidentaram em Araguaína e 166 desses acidentes resultaram em mortes. “O grande causador desses números é a falta de equipamentos adequados, os EPIs”, complementou a coordenadora do Cerest, Sandra Cardoso.
Entre os números apresentados ainda mostram que 619 acidentes relacionadas ao trabalho ocorreram com trabalhadores registrados, 218 com trabalhadores informais e 348 com autônomos.
As profissões que mais causaram mortes foram motorista de caminhão (9), motorista de táxi (5), trabalhador agropecuário (4), pedreiro (4), eletricista de instalação (3), serralheiro (3), assistente administrativo (2) e operador de máquina (2).
Os acidentes com mortes ocorreram com trabalhadores de 20 a 34 anos (44) e 35 a 49 anos (44). “É a população economicamente ativa”, explicou Cardoso.
No mesmo período, de 2009 a 2016, as mortes ocorridas em trajeto somaram 54 e no ambiente de trabalho, 43. De acordo com o sexo, os homens são os que mais morreram em acidentes de trabalho, 104, contra 12 mulheres.
“As características das ocupações e ambientes de trabalho dos homens são determinantes para que eles sejam os mais afetados com acidentes”, apontou a técnica Elianora de Carvalho, uma das responsáveis pelo estudo.
Cerest
O Centro de Referência de Saúde do Trabalhador realiza um trabalho de capacitação e educação permanente com palestras, campanhas e cursos para a população trabalhadora. O centro ainda faz a vigilância epidemiológica junto a unidades hospitalares e ambulatoriais para monitorar os acidentes e realizar as ações nos locais onde eles mais estão ocorrendo.
De 2014 a 2016, o Cerest realizou 85 palestras e campanhas e 13 cursos e capacitações junto às empresas.