A última homenageada da série especial para o Dia Internacional da Mulher é Ana Maria Varjal, de 32 anos, delegada regional da Polícia Civil e coordena 24 unidades policiais em mais de 15 municípios
Por Felipe Maranhão | Fotos: Marcos Sandes/Ascom
Natural de Recife (PE), Ana Maria Varjal chegou ao Estado do Tocantins em 2017 trazendo consigo a conquista de um sonho que até então parecia impossível para muitos. A mulher que já trabalhava como agente penitenciária federal deixou a terra natal para assumir o cargo de delegada da Polícia Civil em Araguaína, um concurso com cerca de 12 mil inscritos, 121 convocados e apenas 13 mulheres participando do curso de formação.
“Infinitas vezes ouvi que esse não deveria ser o meu lugar no mundo, pois o ambiente é tipicamente masculino, mas isso nunca me limitou e segui em busca do meu sonho. Desde a época da faculdade de Direito sempre quis ser delegada de polícia, profissão que me encanta pelo poder transformador de Justiça que a presença do Estado provoca no local onde há autoridade policial e sua equipe”, afirmou Ana Maria, última homenageada da série "Mulheres que lideram", para o Dia Internacional da Mulher, neste 8 de março.
Preconceito
Apesar das mulheres já terem conquistado um grande espaço em profissões que até certo tempo eram predominantemente masculinas, a delegada diz que ainda existe preconceito, não apenas entre os colegas de trabalho, mas principalmente da própria população.
“O preconceito mesmo que velado ainda existe, são pequenos gestos como a reação de alguém quando percebe que o delegado é uma mulher nova. No inconsciente eles esperam um homem com uma certa idade e que fale grosso. Eu sei me impor nas situações que sejam necessárias, mas de um modo geral acaba sendo só o primeiro impacto, depois as pessoas se acostumam e acabam admirando, dá para perceber no olhar”, explicou.
Desafio da profissão
Aos 32 anos, Ana Maria atua como delegada regional na cidade de Araguaína, coordenando 24 unidades policiais em mais de 15 municípios da região; 16 delegados e uma grande equipe de policiais em sua maioria do gênero masculino, além de ser delegada titular da delegacia especializada de atendimento à mulher em Araguaína.
“Essa profissão me desafia todos os dias, vez que eu posso estar na rua cumprindo mandados de prisão, em operações da Polícia Civil e logo em seguida estar despachando inquéritos policiais no gabinete, a atividade dinâmica da polícia me realiza como mulher e tenho orgulho da minha trajetória”, concluiu a delegada.
Apesar das mulheres já terem conquistado um grande espaço em profissões que até certo tempo eram predominantemente masculinas, a delegada diz que ainda existe preconceito, não apenas entre os colegas de trabalho, mas principalmente da própria população