Na segunda entrevista em homenagem ao Dia dos Pais, Antônio Edilson Teixeira conta que sua filha Ana Carolina trouxe um novo sentido para a sua vida e também novos desafios
Por Giovanna Hermice | Fotos: Marcos Sandes/Ascom
Os quatro anos que ficou casado foram suficientes para Antônio Edilson Teixeira, de 46 anos, surdo e trabalhador informal, ganhar o seu maior presente e que trouxe um novo sentido para a sua vida e também novos desafios: a missão de ser pai da jovem Ana Carolina, hoje com 15 anos. ”Sempre quis ser pai, quando fiquei sabendo da notícia deu um pouco de medo, mas depois fiquei muito feliz, ter uma filha é algo muito bom, uma experiência incrível’’, afirmou.
Antônio é o segundo personagem da série “Pais incríveis”, que tem como objetivo trazer histórias reais de homens que enfrentam preconceito e dificuldades por terem deficiências, enquanto vivem esse amor incondicional.
Preconceito e paternidade
Lidar com o preconceito faz parte do dia a dia de Antônio, segundo ele a discriminação começa quando notam a sua deficiência. “As pessoas na rua percebem que sou surdo e daí começam com os olhares. Outras ficam com raiva, acham que estou sendo mal educado por não responder elas. O que me ajuda a lidar com isso é a fé em Deus e acreditar que existem pessoas com o coração bom”, revelou ele.
Já dentro de casa não há morada para o preconceito e sim para o afeto e admiração. Assim que Ana Carolina descreve o que sente pelo pai, os dois moram juntos com outros membros da família. “Admiro muito o meu pai, ele é muito especial desde pequena, aprendi a me comunicar com ele, nunca tivemos nenhum problema para se comunicar, eu entendo muita coisa do que ele quer dizer”.
Superação de desafios
A surdez não foi empecilho para Antônio trabalhar informalmente e desenvolver habilidades que aprendeu observando. Na adolescência, Antônio vendeu picolés nas ruas de Araguaína e precisou parar com as vendas, quando foi atropelado por um veículo enquanto trabalhava.
Hoje, após a recuperação, ele consegue contribuir com as despesas da casa, em outro ramo, atuando como ajudante de pedreiro e na limpeza de terrenos. “As características que mais admiro no meu pai é o coração que ele tem, o jeito trabalhador e o quanto ele se esforça para me educar”, explicou Ana Carolina.
Para Antônio, ser pai vai além das palavras, são as atitudes que realmente importam. “Ser pai significa cuidar, amar e proteger. Um período da infância da Ana Carolina foi difícil educar, por eu não falar. Mas hoje, ela entende tudo o que quero dizer, nossa relação é boa”, relatou Antônio.
Aos 15 anos de idade, Ana Carolina mora com o pai e relata o quanto o admira por seu empenho no trabalho e na sua educação